Doença é provocada por meio de um parasita do pombo.

Prefeitura alerta sobre infestação do animal e os riscos além da saúde.

Em Fortaleza, médicos dermatologistas registraram nos consultórios casos de doenças de pele relacionadas ao piolho de pombo. O dermatologista Renê Diógenes explica que a doença é provocada pelo pombo, através de um parasita (ácaro) que pode transmitir doença sistêmica, como meningite, doença fúngicas e bacterianas. Lesões causam intensa coceira, e elas ficam muito inchadas, vermelhas.

“Na pele, pode provocar alergia, como dermatite de contato e processos inflamatórios”, afirma o especialista. O médico aponta como prevenção o uso de repelentes. Nos casos já concretos, o tratamento indicado na pele é usar antialérgico e corticoide tópico.

Um dos casos na capital cearense foi de uma criança de 9 anos, que apresentou inflamações com vermelhidão na pele, e foi submetido a medicamentos com corticóides, antialérgico, além de pomada. Inicialmente, os pais acharam que era reação à picada de muriçoca, mas o menino relatou que também sentia coceira no local e que as inflamações haviam crescido. A dermatologista que atendeu a criança relatou que já havia recebido outros pacientes com o mesmo quadro e apontou para doença relacionada ao piolho de pombo. 

O gerente da célula de Vigilância Ambiental e de Riscos Biológicos, Nélio Morais, alerta para o problema de infestação de pombos nos meios urbanos, inclusive em Fortaleza. “O pombo encontra na cidade água, abrigo e alimento, tudo que ele necessita pra reproduzir-se intensamente e em uma escala sem controle”, diz.

Os danos, além dos problemas à saúde, afeta também os patrimônios públicos, já que as fezes ácidas dos animais corroem estátuas e outros materiais nos prédios. Outro problema são os riscos de acidentes aéreos. Nélio apontou o trabalho em conjunto com a Infraero que vem minimizando o número de pombos no Aeroporto de Fortaleza.

“Os pombos têm que buscar seu alimento de forma natural, tem que se alimentar de inseto, larva de inseto, floração de vegetais, e não outra alimentação, que inclusive faz encurtar a vida. É um erro alimentar os pombos. Nós temos que ter um equilíbrio, e esse equilíbrio natural, a busca natural do alimento, é que vai fazer a compensação desse processo”, ressalta.

Sobre como afugentar os animais, o gerente da Prefeitura cita que existem diferentes tipos de repelente no mercado. “São paliativos, mas ajudam. A própria naftalina muitas pessoas usam, ou meios físicos, que você possa impedir acesso, sobretudo arame farpado enovelados, porque eles necessita de uma plataforma fixa, base estável”, orienta.

Outra atenção é quanto à higiene. “Tem que remover permanentemente essas fezes, mas com segurança, usando jatos d’água, máscaras, óculos e luvas”.