Essa é a terceira e última etapa de testes antes do medicamento ser submetido à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
A primeira vacina brasileira da dengue pode chegar aos postos de saúde a partir do ano que vem. Essa é a expectativa do Instituto Butantan, centro de pesquisa ligado à Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, que promoveu nesta terça-feira (6) o lançamento oficial dos testes clínicos da vacina em moradores de Belo Horizonte.
Essa é a terceira e última etapa de testes antes de a vacina ser submetida à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A primeira fase verificou a segurança, isto é, se a dose não causa nenhum problema. A segunda etapa avaliou a imunogenicidade da vacina, ou seja, se a vacina provoca reação imunológica compatível com a resistência à dengue.
Nesta última fase, cerca de 1.200 pessoas da capital, com idades entre 2 e 59 anos, devem receber a dose, que protege contra os quatro tipos de vírus que transmitem a denegue. Os participantes do estudo serão acompanhados por cinco anos por uma equipe da Universidade Federal de Minas Gerais, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, para verificar a eficácia da vacina.
“Se a vacina se mostrar eficaz daqui seis meses, um ano, dois anos, ela pode ser registrada e, depois, fabricada e vendida para o Ministério da Saúde, que vai distribuir gratuitamente para a população. Então, de maneira muito otimista, no ano que vem já estaria disponível”, afirmou o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil. Segundo ele, as doses serão produzidas em uma fábrica do instituto, cujas obras devem ser concluídas neste mês.
Os testes estão sendo realizados no Centro de Saúde Jardim Montanhês, na região Noroeste de Belo Horizonte, e a expectativa é que sejam totalmente finalizados em agosto. No Brasil, 17 mil pessoas de 13 cidades receberão a dose.
A balconista Renata Paula Oliveira, 40, foi vacinada e espera nunca mais voltar a sofrer por causa da dengue. “É horrível, tive muita dor no corpo, febre, não aguentava levantar da cama. Resolvi participar por curiosidade e para ajudar, para ver se essa vacina sai”, disse.
O secretário municipal de saúde, Fabiano Pimenta, reconheceu a importância da vacina e disse que a pasta vai contribuir com o desenvolvimento da imunização, mas ressaltou que os cuidados contra o mosquito Aedes aegypti devem ser mantidos. “A participação de cada um de nós no combate ao vetor é fundamental, para que, enquanto outros instrumentos não sejam efetivamente desenvolvidos, tenhamos baixa transmissão”, afirmou.
Em Minas Gerais, foram registrados 526.060 casos prováveis de dengue, até 28 de novembro deste ano, e 2454 óbitos pela doença. Em Belo Horizonte, foram confirmados 154.768 casos e 57 mortes.
Fonte: o tempo.com