México e Brasil são candidatos a receber os primeiros testes da vacina contra o vírus da zika, que podem acontecer em um ou dois anos, disse nesta terça-feira à agência Efe o cientista mexicano Arturo Reyes Sandoval, que desenvolve a imunização no Instituto Jenner da Universidade de Oxford.
México e Brasil são candidatos a receber os primeiros testes da vacina contra o vírus da zika, que podem acontecer em um ou dois anos, disse nesta terça-feira à agência Efe o cientista mexicano Arturo Reyes Sandoval, que desenvolve a imunização no Instituto Jenner da Universidade de Oxford.
Temos como ideia principal realizá-los no México; é um dos países afetados pelo vírus da zika. O Brasil é outra opção que estou explorando, estabelecendo contatos para trabalhar”, afirmou Reyes ao falar da pesquisa que lidera em laboratórios do Reino Unido.
Especializado em bacteriologia e parasitologia pela Escola de Ciências Biológicas do Instituto Politécnico Nacional (IPN), o mexicano, de 46 anos, calculou que serão necessários entre um e dois anos antes de ter a vacina pronta para levá-la do Reino Unido a outro país.
“Em menos de um ano não teremos os resultados da primeira fase do estudo para então iniciar o processo e testá-la em outro país”, explicou.
O cientista comentou que a pesquisa está há um ano na chamada parte “pré-clínica”, durante a qual foram revisadas 12 vacinas, entre as quais foram escolhidas as cinco “que mais protegiam, e uma delas nos dá proteção completa contra a zika”.
Com os resultados, Reyes pediu apoio econômico do governo britânico para entrar na “fase clínica”, que já envolve a produção da vacina para uso em humanos, o que ainda deve demorar uns dez meses.
A vacina “mais eficaz” será desenvolvida sob “boas práticas de manufatura”, para garantir que esteja livre de poluentes que possam produzir uma reação alérgica, e depois serão pedidas as permissões para o teste clínico.
Esta etapa será realizada em Oxford com 30 voluntários que receberão uma dose para determinar os efeitos colaterais e o grau de resposta imunológica para neutralizar ao vírus, detalhou Reyes.
O cientista destacou que, apesar de dois ou três anos parecerem um período longo, o estudo está “avançando muito rápido” até chegar à fase de testes com humanos.
“Um, dois, três anos soa muito, mas em termos de desenvolvimento de vacinas é realmente pouco tempo”, enfatizou o mexicano.
Entre novembro de 2015 e janeiro de 2017 foram confirmados no México 7.634 casos autóctones de infecção pelo vírus da zika, enquanto no Brasil houve 214.193 casos em 2016, o que representa uma incidência de 104,8 casos para cada 100 mil habitantes.
Em fevereiro de 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta por esta doença, que inclusive foi considerada por alguns como uma ameaça para a realização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro no ano passado.
O vírus da zika é transmitido através da picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo que pode transmitir a dengue, a chicungunha e a febre amarela.
A zika não é, de maneira geral, uma doença mortal, mas a incidência em mulheres grávidas está vinculada a casos de microcefalia e outras más-formações nos fetos.